quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cabo do Medo





Descobri algo que não acreditará, os fios são seres mutantes, são hospedeiros em eletro-eletrônicos, estão vivos. Pegarei como exemplo os fios dos fones de ouvido para celulares. Eles têm vida própria, essa porcaria se move; faça um teste.
Pegue um fonezinho que geralmente é emborrachado, dobre ele certinho com todo cuidado e guarde em uma bolsa, pasta ou mala; quando chegar ao seu destino e for abrir para pegar o famigerado, estará todo enrolado e embolado, terá vezes que o encontrará tão enrolado que apresentará até alguns nós. Nada sem vida faria algo semelhante.
Vai me dizer que nunca aconteceu isso com você? Outro dia deixei na cabeceira da cama, quando fui retirá-lo já estava entrelaçado, os malditos não estão respeitando mais nem ao ar livre, fazem ali mesmo descaradamente, nem necessitam do escurinho para suas coisas feias.
Quando percebem que estão sem expectadores, manifestam suas atividades obscuras e secretas, o “rastejamento frontal”, começam a se entrelaçar dentro das bolsas e mochilas na tentativa de uma fuga as espreitadas; pensam que me enganam, que passam despercebidos a minha sapiência. Comigo não.
Tive um pesadelo na noite passada em que um deles saia da minha pasta sorrateiramente e me dominava enquanto dormia, eu estava amarrado por vários desses malditos fios, e o pior, cada um deles falava por seus fones, me ofendiam com palavras baixas e pequenas, gritavam uma atrás da outra: Seu palito, moeda atômica, borrachinha, seu bago de milho, sua ervilha de meia tigela e etc. Era uma tortura psicológica. Foi terrível, acordei desesperado e coloquei meu fone em um copo de vidro.
Podem continuar enrolando, mas a sina de vocês sempre será plugar as entradas de áudio para nos servirem, nunca dominarão o mundo e nos escravizarão.

domingo, 11 de setembro de 2011

Pernilongo

Se existe algo que não tenho dó ou pena, é muito menos repulsa na palavra “matar” é com o tal do pernilongo; esse excomungado de uma figa, mato com gosto, sou um psicopata quando se trata deles, tenho prazer e velos espatifados e liquidados, a vontade era de picar eles e dar os pedacinhos para outro inseto maior comer, para um inseto bárbaro, um Conanvespa. Ia ser a manchete principal do jornal dos insetos,
“Pernilongo é exterminado e esquartejado com seus restos arremessados pra o Croket o devorador”.
Isso é um inseto do cão, foi gerado pelo “cramulhão”, o “tinhoso”, o coisa ruim. Para começar, não é o macho que da a picada, quem faz o estrago é a fêmea, já imaginou, uma vampira insaciável, fria e sem limites; ela que faz todo trabalho sujo.
A bicha é tão chata e maldosa, que não basta só sugar nosso sangue e nos contaminar com sua toxina que nos leva a urticária, tem que nos afrontar também, tem que mostrar quem elas são, do que são capazes, ficam passando ao lado dos nossos ouvidos com aquele zumbido torturante, um onda sonora quase hipnótica e afrontadora, abusiva. Com um barulho desses, o cão não poderia permitir uma picada, só a porcaria do barulho já bastava. É como se a voadora estivesse dizendo: “Estou aqui, vou te pegar”, e a gargalhada sinistra logo em seguida.
E o mais assustador, convivem no meio dos seres humanos de forma natural, estão inseridos no meio da sociedade como um inseto comum, e olha que não vou aprofundar no assunto, pois tem uma casta que até mata com seu veneno; quer filme de terror, aumenta essas pragas e coloque na telona, não teria Nosferatu que chegasse perto, terror em pessoa, quer dizer, em inseto.
Outro dia enfiei a mão é uma, foi uma raquetada tão bem dada que zarpou em sentido a parede numa velocidade, ao matar espirrou sangue para tudo qualquer lugar, nunca vi um pernilongo bater com tanta força e estourar assim. Agora quando tiro a insignificante vida delas, as deixo no chão do quarto dias, para as outras saberem que estão adentrando em um território perigoso e aniquilador; para que saibam que ali tem “Veneno no bule”.
Arrumei uma peneira transparente para exterminá-las, assim posso ver o momento do espatifamento sobre a tela. Antes matava seis por noite, agora são apenas duas, creio que estão entendendo o recado. Deixei a raquete elétrica de lado, gosto de ver o momento do atropelamento, mas faço tudo isso em trabalho conjunto com o líquido protetor ligado na tomada, aquele que só serve para dar um aroma mais sinistro a cena, é a Canabis dos insetos, pois para impedi-las mesmo não funcionando, são mutantes e absorvem e incorporam todos os venenos rapidamente.
Essas safadas quando picam injetam uma proteína que inflama a região, assim proporcionando uma sugada mais profunda e produtiva. Isso lá é coisa de fêmea fazer?
Por muitas vezes ficam ali com seus exércitos vampirescos parados nas paredes, só aguardando suas presas se aconchegarem para descerem e começarem o trabalho sujo e premeditado.
Olha a audácia dessas sanguessugas insignificantes, antes de darem suas ferroadas infectadas, voam ao lado dos nossos ouvidos para nos infernizarem, elas podem estar em todos as partes, mas preferem ficar passando ao lado dos nossos tímpanos. São usurpadoras; delinqüentes da sociedade aérea dos insetos, não respeitam regras, não possuem limites; picam em qualquer lugar, a qualquer hora, até por cima de determinadas roupas; são seres sanguinolentos e sem alma, sem caráter, não tem escrúpulos, não possuem o mínimo de princípios, ética não existe no vocabulário delas.
Não se deixe enganar por seu tamanho, você sabe quem matou a Emy?
Merecem a morte.
Venham aqui suas pragas, “chupa meu zói e seja frita nas raquetes elétricas dos carneiros que sonham com andróides”

Sei que essa historia não teve nenhuma graça, mas não era para ter, pois todo esse relato foi apenas para preparar o clima do que vem logo abaixo, foi um relato para inseri-lo e imergi-lo no ambiente sanguinolento.


Tinha três pernilongos; um enorme, outro médio e um pequeno, eles se encontraram e fizeram uma aposta ali mesmo no meio da rua;

“Vamos ver quem suga mais sangue em apenas uma voada?!”.

O maior zarpou primeiro em um vôo rasante e em 3 minutos voltou com a boca cheia de sangue pingando do lado esquerdo; Logo os outros dois perguntaram:
- Nossa; Quanto sangue! Como conseguiu isso?
O pernilongo maior respondeu:
- Estão vendo aquele careca ali?
- Sim.
- Pois é, foi lá.
Aí o inseto de tamanho médio zuniu para o alto e avante, em dois minutos voltou com sangue nas duas bochechas, tinha sangue até no queixo; os outros dois que esperavam perguntaram:
- Nossa; Quanto sangue! Como conseguiu isso?
O pernilongo médio respondeu:
- Estão vendo aquela gordona rechonchuda lá?
- Sim.
- Pois é, foi lá.
Nisso; o inexperiente e pequenino mosquitinho saiu igual um peido, foi tão rápido que seu zumbido poderia ser ouvido a uma enorme distancia; em um minuto voltou com sangue pingando para tudo qualquer lado, tinha sangue na cabeça, nos olhos, tinha sangue até nas costas, espirrava o liquido para tudo qualquer lado, mal dava para enxergar a boca do bichinho.
Aí completamente admirados os outros dois perguntaram:
- Nooooooooooossa, quanto sangue; nunca vimos tanto assim em apenas uma voada, como conseguiu isso?
O pernilongo pequenino respondeu:
- Estão vendo aquela parede branca ali?
- Sim.
- Pois é; eu não vi.