segunda-feira, 26 de maio de 2008

Patovsky - Saturday Night Fever

Esta história terá seus nomes modificados para preservar a identidade dos envolvidos.
Talvez apenas a dicção e fonética dos nomes serão mantidas.

É do conhecimento de quase todos que trabalhei durante muitos anos em rádios, casas noturnas e festas particulares como Dee Jay, discotecário e etc. Fazia esse trabalho junto com meu “Brother”, éramos chamados de Dj´s Batman & Robin, vulgo Gotham Groove.
Em uma determinada fase de nossas vidas noturnas e dicotecárias, estávamos produzindo músicas eletrônicas “www.fiberonline.com.br/gothamgroove”, algumas delas eram lançadas em cds no mercado, sendo assim, às vezes saíamos fazendo algumas festas para divulgação dos discos.
Em um determinado lugar destes, estava eu Dj Batman e o meu irmão Dj Robin, a caminharmos distraidamente pela pista. Era bem antes de começar a abertura da festa e de nossa apresentação. Andávamos pela pista aberta para checarmos o retorno do som, como soava os timbres nas caixas e todas “Cositas” a, mas. O local era um pouco diferente das casas noturnas que costumávamos apresentar, considerando sua estrutura e o publico alvo.
Nesta época eu não era um irmão ainda, e confesso que era um pouco esquentado.
Voltando ao assunto, no momento em que atravessávamos o local, veio um rapaz em nossa direção, e do jeito que estava, continuou. Com um copo de bebida não mão, atravessou entre eu e o paladino Junior, espirrando sua fétida bebida em nós dois. Passou com um trem nos seus trilhos, nem olhou para o lado ou para trás.
Logo olhei para o Robin e dialogamos:

- Que cara folgado, está achando que somos play boys?!
- Tirando a gente assim do nada. “Termo muito usado quando somos dementes sem noção”
- Cara tirado.
- Isso não vai ficar assim não.

Subimos para próximo do palco e eu fiquei observado o rapaz de longe com aquele olhar batmaníaco.
Tranqüilo como se nada tivesse acontecido, o folgado do cara, continuava a apreciar sua bebida despreocupadamente.
Debati um pouco com meu irmão, e decidimos ir lá ver qual era a desse camarada.
Quem ele pensava que era, achava que passaria por nós daquele jeito, e sairia tudo no liso. Negativo.
Nisso, nosso amigo e anfitrião que organizara a festa, o Dj Chops, percebeu nossa inquietude, e veio até a gente e nos indagou:

- Que está pegando aí Batmão?
- Aquele mané lá embaixo que esbarrou na gente propositalmente, e ainda derramou bebida. Fingiu que nem viu. O cara está achando que somos dois play boys. Só pode não é. Mas não somos não.
- Calma, quem é o cara?
- É aquele que está sozinho naquele canto ali. Bebendo aquela cerveja fedorenta. “Sempre detestei bebidas alcoólicas”.

Mostramos o futuro lesado e o Chops observou atentamente. De repente, começou a rir sem parar. Ria com vontade e nós dois não entendíamos nada.
Ficávamos mais nervosos ainda com toda aquela graça, que só partia dele é claro.
Como poderia uma coisa dessas, o cara tirava agente na nossa própria festa, e o Chops ainda achava engraçado.
Para melhorar as coisas, nosso amigo Dj Chops chamou outra pessoa, que não me lembro o nome para colocar algum parecido, apenas me recordo que era dono de toda aparelhagem, o Chops falou com ele assim:

- Os paladinos aqui estão inquietos porque o Patovsky passou na pista e esbarrou neles. Ainda derramou bebida neles e fingiu que nem viu.
- Há há há há
O Tiozinho na hora começou a rir tanto, e dizia:
- O Patovsky é de mais.
Ficamos irados e falamos para o Chops:
- Que isso Chops, acontece uma parada dessa com a gente e vocês ficam rindo na nossa cara. Achávamos que éramos brothers poxa.
- Batman, o Patovsky freqüenta aqui há muito tempo, e continuava rindo.
- E daí, mais um motivo para não agir dessa maneira, o cara não têm educação e folga com que vai trabalhar e levar diversão para todos. Só faltava essa.
- Batman, o Patovsky é completamente cego! Anda com aquele par de óculos fundo de garrafa que vocês estão vendo. Não adianta nada, puro enfeite, o cara é um cegueta completo. Tromba em todos e a toda hora aqui na “Pilaris”. E riu mais ainda.
- Coitado do Patovski. Vai bater em um cego?Paladinos batendo em um cego. Sacanagem morcegão.

Chamou o Patovsky e contou todo ocorrido para ele: “Olhe o que O Patovsky falou em pasme com nível de cegueta”

- Poxa Dj, achei que tinha trombado na pilastra, foi mal, foi mal. Acho que exagerei um pouco na bebida hoje. Rs

É mole uma coisa dessas? Pilastra.
Morremos todos de rir da situação. Ficamos tirando onda que pegaríamos um cego, e denegriríamos a imagem dos paladinos da justiça eletrônica.
Nisso o Patovsky repetia:

- Desculpa Brown, desculpa. Não me bata, não me bata. Quase morri sem saber. Ufa. Rs

Depois deste ocorrido, voltou para pista novamente. Desceu igual um pedaço de pau escada abaixo. Como um rinoceronte em linha reta.
E cuide-se quem puder.
Patovsky na pista!!!