sábado, 23 de janeiro de 2010

A corrida!

Há muitos anos atrás, em um lugar muito distante, habitava uma garotada da pá virada, eles aglomeravam-se perto de uma grande casa que existia em uma rua, ela tinha um passeio enorme e aconchegante, naquela época, lá era o “Point” de encontro da turma, que na maioria de suas vezes, acontecia noturnamente. Ficavam lá aprontando coisas úteis, meditando em doces e travessuras; coisas de mau gosto mesmo, como jogar bosta no outro, amarrar lata com urina para cair nas pessoas, essas artimanhas educativas mesmo.
Certa vez, começaram aquela velha discussão idiota, do conhecido dizer “Duvida que eu faço?”, e por aí foi, resultou na cisma de fazerem uma corrida ao redor do quarteirão, nessa época, fazia muito frio, era em um ano que isso existia de verdade, aquele tempo que tínhamos que usar manteiga de cacau nos lábios para não machucar. Devido a esse fator, o transito de pessoas era muito pouco na parte da noite, sendo assim, o ambiente ficava muito propício para as aplicações educacionais terrenas, se é que assim podemos chamar.
Até então, você deve estar pensando, o que tem de mais em uma corrida ao redor do quarteirão. Vou explicar:
Essa insanidade não era uma corrida comum, chamava-se na verdade “Corrida do São Pelado”, será que já deu para entender? É, isso mesmo que leu, era um modalidade marcada para ter início por volta das 23 horas, ficavam todos sentados no enorme passeio se preparando psicologicamente para o ato ecuménico, dado o momento propício, todos eles já aquecidos, tiravam suas roupas, colocavam as cuecas e os shorts em suas cabeças, deixando apenas a abertura dos olhos ao alcance da visão de todos, ficavam todos nus e “encuecados”; dado a largada, saiam correndo rua fora em destino a completa volta no quarteirão. Pode imaginar uma bizarrice dessa? Um monte de marmanjos desembestados quarteirão afora, peladões.
Imagine você passando de carro, olha para seu lado e vê um monte de rapazes nus e com cuecas na cabeça, correndo, pelados. Coisa de maluco.
Mas a festa praticamente acabou quando em uma dessas corridas, um dos famigerados participantes, em sua súbita descida, deu de cara com a filha de um senhor muito sistemático daquela rua, que da janela de sua casa, entre a cavidade da cueca, fitou seus fáceis e reconhecíveis olhos claros, neste momento, ele cessou suas passaradas repentinamente, ficando ali estagnado, tudo balançava em câmera lenta, em uma perfeita sincronia, obviamente conseqüência da brusca parada critica, por alguns segundos isso perdurou como no filme Matrix, sem saber o que fazer, e como sua identidade já estava lançada a sorte, mesmo como retardatário, em um ato impensado que não era muito incomum com todos os esportistas, desligou seu efeito “Fox” , saiu em disparada pela rua rumo a tentativa da recuperação dos pelados adjacentes.
Do outro lado do quarteirão, jazia o outro gume da história, na intrépida subida rumo à vitória, um camburão da polícia avistou algumas nádegas reluzentes, e neste exato momento, aquela pratica teve sua exclusão da federação do esportes radicais Frestyle de várzea e naturismo. Foi o fim da picada, ou melhor, o início dela. O pau quebrou todos sem dó, e as nádegas deixaram de ser reluzentes para se tornarem opacas e avermelhadas.
Eu gostaria de comentar sobre a ação dos cassetetes dos policias nos garotos, mais creio não ser conveniente e incompatível com o nível respeitoso deste blog, vai ficar por conta de sua imaginação, mas se for como a minha, já deve estar com um filme em sua mente, como no fantástico mundo de Bob acontece.
Mas não acabou por aí, proíbem um esporte, mas sempre tem outro, algum dia eu conto sobre a outra modalidade de corrida que existia naquela comunidade, a famosa “Corrida do **** ”, muito mais agressiva, radical, envolvia veículos velozes e furiosos, e muito seguros.
Go!!!